quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

OSCAR NIEMEYER: O RIO FESTEJA O CENTENÁRIO


O RIO FESTEJA O CENTENÁRIO

COMEMORAÇÕES COMEÇAM COM EXPOSIÇÃO NO
SESC, ALÉM DE LANÇAMENTO DE FILME E LIVRO

O aniversário é sábado, mas a festa já começou e está
fazendo o carioca mergulhar na obra e pensamento de Oscar Niemeyer, o maior gênio brasileiro vivo. Exposições,
filmes e mostras marcam o centenário de um dos mais in-
fluentes arquitetos do mundo. As comemorações rompem as fronteiras do País. Há muito o que falar do homem que transformou sonhos em concreto.

Esses 100 anos de vida e história começam a ser desvendados amanhã, quando abre para o público a exposição “Oscar Niemeyer: as curvas do tempo”, no Arte Sesc, no Flamengo. O público verá painéis, gravuras, vídeos e fotos. “Será uma verdadeira aula sobre Oscar Niemeyer”, convida a produtora Júlia Peregrino.

Agenda

Oscar Niemeyer: as curvas do tempo.

A partir de amanhã até 10 de fevereiro. 3ª a sáb, 12h às 20h. Dom, 11h às 17h. Arte Sesc (Rua Marquês de Abrantes 99, Flamengo, tel.: 3138-1343). Grátis.

Oscar Niemeyer: arquiteto brasileiro cidadão.

No Museu de Arte Contemporânea (MAC)
de Niterói. 3ª a dom, 10hàs 18h. R$ 4 e R$ 2 (meia entrada). Estudantes da rede pública e crianças abaixo de 7 anos não pagam. Mirante da Boa Viagem s/nº, tel.: 2620- 2400.

Caminho Niemeyer

Estande na Av. jornalista Rogério Coelho Neto s/nº, Centro, Niterói

Oscar Niemeyer - Gravuras e fotos históricas originais

Até 28/12. de 2ª a 6ª, das 9h às 19h. galeria do BNDES, Av. República do Chile 100, Centro. Grátis.

A curadora é a neta Ana Lúcia Niemeyer, que lançou mão do acervo pessoal e da Fundação Oscar Niemeyer, a qual preside. “A exposição está muito interessante, aborda aspectos da vida dele. O visitante entenderá bastante sobre sua obra e a visão que ele tem do mundo”, observa.

A exposição está dividida em módulos. “As curvas do tempo” traz a cronologia da vida e obra através de textos, artigos, reportagens, livros e trabalhos. Em “Projetos recentes”, o visitante conhecerá os novos trabalhos em dez painéis e uma maquete inédita para o Museu de Caracas. “Brasília e outros projetos” promete atrair a atenção do público com sete painéis e a maquete da Praça dos Três Poderes.

Júlia Peregrino explica que Niemeyer gravou uma hora e meia de depoimentos. Um compacto de 20 minutos pode rá ser visto durante a mostra. “É uma vídeoaula que ele mesmo editou, em que fala da vida, como começou, o que pensa da arquitetura”, conta ela, ao se referir ao espaço audiovisual.
Outros dois módulos complementam a mostra: “Desenho, política, escultura e móveis”, com sete painéis, e “Europa eÁfrica”, com sete painéis e uma
maquete. O visitante penetrará numa das mentes mais brilhantes da História do País.

“Oscar para sempre”

Quarta-feira, Niemeyer receberá a insígnia de Comendador da Ordem da Legião D’Honneur da
França. Ganhará ainda do governo da Rússia a Ordem da Amizade dos Povos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já lhe entregara dia 30 a Ordem do Mérito Cultural e prometera fazer de 2008 o Ano Oscar Niemeyer.

Na semana passada, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou 23 obras do arquiteto em Brasília e uma no Rio (Casa das Canoas). O órgão analisará todo o restante da obra. É o movimento “Oscar Para Sempre".

Estão previstos ainda um documentário sobre o Caminho Niemeyer, em Niterói, dirigido pelo cineasta Zelito Viana, com narração do poeta e amigo Ferreira Gullar, e o livro “Oscar Niemeyer 100 anos 100 obras”, de Ricardo Ohtake, ambos com lançamento até o ?m do ano. A editora Revan vai lançar os livros “Rio”, com desenhos do arquiteto, e uma compilação das entrevistas de Niemeyer.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Niemeyer diz que Fidel continua na luta contra imperialismo

19/02/2008 - 17h42

Por Fernanda Ezabella

SÃO PAULO (Reuters) - O arquiteto carioca Oscar Niemeyer, comunista histórico e citado no texto de renúncia à Presidência de Fidel Castro, acredita que os embates entre Cuba e os Estados Unidos irão continuar e que o líder não abandonará a luta.

"É claro que, apesar da tristeza com que o povo cubano acompanha os acontecimentos que se seguem à renúncia de Fidel, sobra para ele e toda a América Latina a certeza de que o grande líder continuará a participar desta luta contra as forças reacionárias do imperialismo norte-americano", escreveu Niemeyer em uma nota à imprensa.

Na mensagem anunciando sua saída, publicada nesta terça-feira, Fidel, de 81 anos, citou o amigo, dizendo "penso como Niemeyer, que se deve ser consequente até o final".

Niemeyer, 100 anos, nunca visitou Cuba, mas já recebeu Fidel em seu escritório em Copacabana. Ele também desenhou diversos projetos não realizados para a ilha, como a embaixada brasileira.

Recentemente foi inaugurada em Havana uma escultura de aço de Niemeyer, de quase 10 toneladas, na qual aparece um monstro indo contra um pequeno homem segurando a bandeira de Cuba estilizada. A obra representaria, nas palavras de Niemeyer, "a luta contra o imperialismo".

"CRÔNICA DA RENÚNCIA ANUNCIADA"

Para a historiadora Claudia Furiati, autora de "Fidel Castro: Uma Biografia Consentida", a notícia da saída do líder cubano "era uma crônica da renúncia anunciada".

"Antes mesmo da doença dele, Fidel já vinha passando pouco a pouco suas atribuições a outras pessoas, todas do círculo cubano, entre elas o próprio irmão dele, Raúl", disse Furiati, que pressentiu essa saída estratégica desde que terminou seu livro, na virada do século.

Ao contrário de Niemeyer, Furiati acha que a renúncia do líder pode dar início a um relaxamento das tensões entre Cuba e EUA, que impõem à ilha um embargo econômico desde 1962.

"Claro que isso não depende só de Cuba, depende também do que vai acontecer após as eleições lá nos EUA", disse Furiati.

Sobre o futuro de Cuba, ela acha que a ilha vai continuar se modificando, embora seja difícil prever até quando.

"Hoje é um socialismo cubano com agentes capitalistas. Não é mais um socialismo puro, ortodoxo. Acho que essas mudanças vão continuar se processando. Mas se vai virar capitalista, aí não saberia dizer."

(Edição de Mair Pena Neto)